AS REFERÊNCIAS LITERÁRIAS NA FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICO CONCEITUAL DA PSICANÁLISE

Resumo

Na obra A interpretação de sonhos (1900), Freud articula o campo recém-fundado da psicanálise e o da literatura ao recorrer às tragédias Édipo Rei, de Sófocles, e Hamlet, de Shakespeare, fundamentando a universalidade do complexo de Édipo enquanto núcleo da neurose. Em sua apreciação da novela Gradiva: uma fantasia pompeiana, de Wilhelm Jensen, situa o escritor/poeta (Dichter) como sendo aquele que antecipa algo relativo ao encontrado em seu próprio laborioso trabalho clínico. O projeto Psicanálise e literatura: Freud e os clássicos visa problematizar o recurso de Freud aos clássicos da literatura ocidental na fundamentação teórico-conceitual da psicanálise. Para tanto, realizou-se um levantamento e uma revisão bibliográficos de parte da obra freudiana objetivando identificar e contextualizar as referências de Freud à literatura. Privilegiou-se os principais autores aos quais Freud se refere, nomeadamente, Sófocles, Shakespeare, Goethe, Dostoiévski e Schiller. A fonte primária de pesquisa é a Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud (Imago, 1996) por conter o maior número de artigos e textos freudianos e ser mais acessível. Construiu-se um banco de referências literárias contidas na obra freudiana, contextualizando a problemática tratada por Freud e identificando pontualmente a relação entre psicanálise e literatura. O banco de dados poderá servir como fonte de pesquisa para o próprio projeto de pesquisa, assim como para subsidiar pesquisadores e interessados nesta articulação interdisciplinar. Ressalta-se a importância da inserção de discentes bolsistas de Estágio Interno Complementar em atividades de pesquisa, haja vista sua relevância na produção de conhecimento.